domingo, 10 de março de 2013

Navegando e aprendendo...

Como eu consegui terminar o ensino médio, a graduação e pós-graduação sem o Google? Como era possível aprender alguma coisa sem YouTube

Incrível! Nos meus tempos de escola a pesquisa era feita na famosa enciclopédia Barsa, nunca me esqueço das tardes que passei usando um marcador de texto para resumir os extensos artigos que ali estavam, e depois as inúmeras horas copiando tudo nas famosas folhas de papel almaço, alguém se lembra?

Você, caro leitor, deve estar imaginando que eu tenha pelo menos uns 50 anos de idade, não é? Ledo engano, sou uma jovem senhora, beirando os 35! Na minha adolescência o Google nem existia, é bem verdade que no finalzinho do ensino médio já tínhamos acesso ao CADÊ?, hoje uma ferramenta do Yahoo, aliás o Yahoo foi um dos primeiros sites a que tivemos acesso pela rede discada!!! Como era lenta, esperávamos cerca de 15 min para um site carregar, a velocidade de conexão era cerca de 56Kbps, parece até brincadeira!? Mas foi assim que a geração X começou a navegar na rede, devagar e sempre, viciados em canais de bate papos, tais como o mIRC e o ICQ (aliás esta história de hastag não é novidade alguma para os usuários viciados nos canais no mIRC) buscamos aprender mais sobre o mundo digital e as suas inúmeras possibilidades.

Podemos afirmar que naquela época estávamos no início da nossa alfabetização digital, um termo que hoje ganhou destaque: Letramento Digital. Mas o que realmente significa ser letrado digitalmente? Difícil responder, em tempo alguns colegas fizeram excelentes reflexões sobre o assunto. Vou começar utilizando as mesmas palavras lançadas pelo amigo Rubens, todo início é chão, tudo é raso, vazio e caótico, poeticamente suas idéias se unem a profundeza das palavras apresentadas pelo grande mestre, Leandro Grass, ele afirma que os letrados digitais são capazes, além de conectar seus aprendizados ao cotidiano, refletir objetiva e subjetivamente acerca dos efeitos que esse aprendizado tem sobre sua existência social. Significa ser alguém competente para medir, avaliar, planejar e ser ético em relação ao seu próprio conhecimento.

Neste contexto percebemos que não basta entender e repetir aquilo que já se estabeleceu e se consolidou, nos dias de hoje é preciso ressignificar, como afirma a professora Cristiane Heres, em seu texto, Letramento - algumas reflexões. Minha amiga e mestre, Bernadette nos alerta que hoje em dia é comum observar-se crianças que mal falam manuseando tablets, smartphones, entre outros aparatos tecnológicos que muitos adultos mal conhecem. Além disso,  a professora Paula Menezes nos chama atenção para grande desafio quem temos pela frente, no entanto, nos conforta saber que vencidas as barreiras tecnológicas o novo conhecimento nos aproximará do mundo dos jovens, discurso apoiado pelo professor Frederico.

Para meu amigo e mestre, Netoum professor letrado digitalmente é aquele que consegue, diante de sua necessidade e habilidade, introduzir novas ferramentas tecnológicas em suas aulas. E neste sentido temos ainda muito que aprender, pois as aulas ganham um novo formato, o modo one-way de ensino está chegando ao fim, vamos, em breve, nos defrontar com um processo diferente de ensino e aprendizagem, no qual o estudante se tornará protagonista da sua aprendizagem, e o professor, fará o papel de guia e facilitador. Fato que pode ser comprovado ao ler o texto da professora Angélica Gama que de maneira muito inteligente nos chama agora de promoters da aprendizagem.

Continuemos, navegando e aprendendo...






Um comentário:

  1. Samara, folha de papel almaço! Essa foi uma super lembrança do passado! Adorei o fato de você fazer uma retrospectiva e nos lembrar que há anos já estamos no processo de letramento digital. Ainda me lembro da primeira vez que naveguei pelo Netscape! Adorei também a forma com você resumiu as idéias dos colegas, formando as conexões em um hipertexto. Fantástico!

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